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3 de dezembro de 2024
Discurso fundador
SM le Roi Mohammed VI recevant les membres du Corcas
Sua Majestade o Rei Mohammed VI, recebendo os membros do Corcas         

Discourso de S.M. o Rei à Nação -
(Laâyoune, 25/03/06)

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"Deus seja louvado
Que a Paz e a salvação estejam com o Profeta,
a Sua família e os Seus companheiros

Caro povo,

Fiéis súbditos,  habitantes das Nossas queridas  províncias do Sul,
É para nós um motivo de orgulho estarmos hoje aqui reunidos de novo, com os filhos destas tão preciosas regiões da Nossa querida pátria.

Devemos congratular-Nos deste encontro, e ainda com mais ânimo, por ser hoje o dia, em que nesta genuína cidade  de Laâyoune, vamos proceder à nomeação dos membros do Conselho Real Consultivo para os Assuntos Sarianos.

Através deste acto, vimos assentar  a primeira pedra, que é fundamental para ancorar a cultura da concertação, e permitir assim aos Nossos cidadãos, de  trazer através de propostas concretas e práticas, a sua contribuição no que se refere todas as questões relacionadas com a nossa integridade territorial e o desenvolvimento económico, social e cultural das Nossas tão queridas províncias do Sul.

Com base na experiência do Conselho, adquirida durante a fase da sua configuração inicial, decidimos dar, através da sua nova composição, uma dinâmica necessária ao vosso Conselho.

Através das competências que lhe são conferidas e o espaço privilegiado que lhe  reservamos, este Conselho poderá contribuir, conjuntamente com as autoridades  públicas e as instituições autárquicas, para  a defesa da marroquinidade do Sara e para a expressão das legítimas aspirações dos Nossos caros cidadãos.

Empenhados em conceder toda a credibilidade, eficácia e  representatividade necessárias ao Conselho, é com o maior zelo que velamos a que este seja composto de figuras notáveis das tribos e de autarcas, de indivíduos conceituados pelo seu patriotismo sincero e pela pertinência de julgamento.

Tivemos, de igual modo, a preocupação de constituir um Conselho que se abra  sobre os dirigentes da sociedade civil e as forças vivas da nação, prontas a produzir e a investirem-se, nomeadamente as mulheres e os jovens, a quem é dado o Nosso elevado apoio.

Esperamos deste Conselho, um compromisso colectivo e unânime, numa acção concertada e integrada de modo a proteger o sucesso alcançado pelo Nosso país na consolidação da Nossa unidade nacional e da Nossa integridade territorial.

Fazemos um apelo ao governo e a todas as autoridades e instituições implicadas, para que uma estreita cooperação seja desenvolvida no intuito de contribuir ao sucesso das missões que lhe são atribuídas.

Queremos que se empenhem em fazer do vosso Conselho uma instituição activa no desenvolvimento das províncias do Sul, um instrumento que mobilize e enquadre os cidadãos, e uma força de proposta que reflicta o talento dos valorosos filhos do Sara.

Do mesmo modo, vos incitamos a propor  todas as iniciativas que garantam o regresso e a integração dos nossos cidadãos sequestrados nos campos de Tindouf, na sua pátria clemente e misericordiosa, a qual lhes  garante a dignidade e a liberdade necessárias à continuação da edificação de um Marrocos forte pela sua  unidade e  democracia.

No mesmo contexto, e tendo em conta as virtudes de patriotismo e de fidelidade às constantes e aos valores sagrados do Reino, fazemos um apelo para que sejam os melhores intérpretes dos vossos irmãos, e possam assim, exprimir as suas posições junto das organizações e outras instâncias internacionais, a fim de pôr em evidência a justeza da causa da Nossa integridade territorial.

É igualmente vossa missão, pôr em destaque as realizações e as reformas levadas a cabo no âmbito do desenvolvimento humano sustentável e do progresso democrático.
 
Caro povo,
A Nossa primeira causa nacional tem vivido, a nível internacional, novos progressos, e isto, desde que as Nações Unidas confirmaram a impossibilidade de ser aplicado o plano de regulamento da ONU, o que provocou a necessidade de uma solução política negociada e aceite por todas as partes.

Empenhado nesta orientação, que beneficia, de resto, do apoio da comunidade internacional e da Organização das Nações Unidas, o Nosso país tem constantemente manifestado a sua vontade e esforços com vista a encontrar uma solução política que garanta aos habitantes da região a possibilidade de gerir os seus assuntos regionais, no âmbito da soberania nacional e da integridade territorial inalienáveis do nosso país.

Esta solução constituiria não só uma maneira justa de regularizar o conflito artificial na região, bem como uma contribuição para a edificação de um Magrebe árabe dominado pela cooperação e a prosperidade, e de um espaço regional onde dominam a paz e a estabilidade.

Esta orientação vai igualmente no sentido dos esforços que empregamos resolutamente, desde a Nossa elevação ao Trono dos Nossos venerados Antepassados, para instaurar uma boa governança, fundada sobre o alargamento do espaço de participação na gestão dos assuntos locais, e a emergência de novas elites capazes de assumirem  responsabilidades, bem como para mobilizar os meios jurídicos e os recursos materiais necessários a fim de concretizar os objectivos supracitados, ao serviço do cidadão, da sua dignidade e do interesse geral.

Deste modo, e firmes na Nossa decisão de concertação com as forças vivas da nação e em conformidade com a Nossa vontade de aprofundar a prática democrática que queremos irreversíveis, anunciamos, no Nosso discurso por ocasião do trigésimo aniversário da gloriosa Marcha Verde, a Nossa decisão de proceder a vastas consultas aos partidos políticos bem como aos filhos das regiões em causa, sobre a proposta que o nosso país conta apresentar a respeito da autonomia das nossas províncias do Sul, como solução definitiva para o conflito artificial criado sobre a marroquinidade do nosso Sara.

A esse respeito, e uma vez que importantes etapas  já foram alcançadas  através das consultas aos partidos políticos, apelamos hoje os Nossos fiéis súbditos, os filhos das Províncias do Sul, a reflectirem  serena e exaustivamente sobre a concepção do projecto de autonomia no âmbito da soberania do Reino, da sua unidade nacional e da sua integridade territorial.

Estamos convictos que esta dupla consulta democrática, à escala  nacional e local, sobre  uma  questão vital para o povo marroquino, conduzida num clima de mobilização unânime, reúne todos os requisitos para que, no devido tempo, se transforme no desabrochamento  dum conceito nacional coerente e realista de uma autonomia que garanta a todos os habitantes do Sara a possibilidade de gerir os seus assuntos regionais, no âmbito da democracia e da supremacia da lei.

Podem ter a certeza de que encontrarão sempre em Nós, como Primeiro Servidor do Reino, o garante da unidade e da soberania da nação, particularmente atento às vossas opiniões e sugestões, e velando para que todas as condições e todos os meios sejam postos à vossa disposição para que possam realizar o melhor possível a vossa missão.

Imploramos a Deus Todo Poderoso para que coroe os vossos esforços de sucesso e que vos guie pelo bom caminho, ao serviço dos interesses supremos da nossa querida pátria.

É  nosso dever, para concluir, cumprimentar e elogiar as Nossas Forças Armadas, nomeadamente o Exército e Gendarmaria Reais, bem como a Segurança Nacional, as Forças Auxiliares e todas as autoridades locais, que fizeram prova de coragem, tenacidade e mobilização constantes sob o Comando supremo de Nossa Majestade, para a defesa da integridade da pátria, da sua segurança e a sua estabilidade.

Reafirmamos, a esse respeito, que não cederemos uma única polegada, nem um único grão de areia, do nosso querido Sara. E esta é a mais bela maneira de exprimirmos a nossa fidelidade ao pacto de lealdade mútua entre o Trono e o povo, e ao Juramento eterno da gloriosa Marcha Verde.

”Wassalamou alaikoum warahmatoullahi wa barakatouh ".
  
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